A emblemática obra de Nelson Leirner celebra o casamento no Museu Vale, no ano de seu 10º aniversário. Em Vestidas de Branco, Nelson Leirner propõe uma viagem pelo mundo do casamento, da cerimônia à maternidade; da festa à lua-de-mel, do erotismo dos casais ao inevitável mundo do consumo, com humor e irreverência – características inerentes ao artista.
A idéia de fazer uma exposição sobre o tema surgiu quando Leirner visitou o Museu Vale e ficou impressionado com a quantidade de noivos e noivas que vão ao local diariamente para fazer as fotos do álbum de casamento. Leirner diz que o ponto de partida de seu trabalho é a obervação: “observo para realizar, e a imagem dos noivos fotografados nas mais diversas poses no espaço de fora do Museu não saiu mais da minha cabeça…”.
Com curadoria de Moacir dos Anjos, as instalações inéditas que compõem a exposição Vestidas de Branco são: O casamento, Sem bolo não há casamento, Jornal do não artista, Orquestra, Lua-de-mel no Caribe, Recém-casados, A viagem, Piquenique, Plantando dá, Apolinère enfeitiçado, Sala de espera e Bagalot. Todas concentradas no grande Galpão do Museu Vale. Na sala de exposições temporárias, no edifício-sede do Museu, a obra Maquete dialoga com a temática ferroviária da exposição permanente do Museu Vale.
Nelson Leirner é um dos mais expressivos representantes do espírito vanguardista dos anos 60, no Brasil e no mundo, cujas realizações artísticas têm como foco a popularização da arte, a participação e identificação do público. Leirner possui uma obra marcadamente política, na qual os traços de humor e crítica caminham juntos. Sua produção abrange diversas linguagens e suportes e, em todos os meios, afirma sua posição irônica em relação ao sistema da arte, abrindo brechas ao entendimento do público não iniciado por meio da utilização de materiais familiares ao povo.
O Museu Vale reafirma os seus objetivos de proporcionar à população um espaço de excelência em arte contemporânea, incentivar os jovens a usar a criatividade na busca do conhecimento e preservar a memória da centenária Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFMV. Inaugurado em 15 de outubro de 1998, já recebeu mais de 600 mil visitantes e sediou importantes exposições. Por meio de suas ações educativas de caráter interdisciplinar, busca uma interação que propicia novas percepções e posições diante das obras e do mundo.
Fundação Vale
Nelson Leirner
1932, São Paulo, SP, Brasil
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Exposições individuais
2006
A Lot(e), Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Uma Vida Sem Tempo, Galeria Graça Brandão, Lisboa-Portugal
Bolsa de Arte, Porto Alegre, RS, Brasil
2005
Galerie Gabrielle Maubrie, Paris, França
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2004
N.Leirner 1999+5, Roebling Hall, New York, USA
N.Leirner 1994+10, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR, Brasil
Era uma vez…, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
N.Leirner 1994+10, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil
2003
UM+DOIS+MIL, Culturgest, Porto, Portugal
Outre-mer, Gallerie Gabrielle Maubrie, Paris, France
Palavra Extrapolada, SESC Pompéia, São Paulo, SP, Brasil
Art Unlimited, Art Basel, Basel, Switzerland
Assim é… se lhe Parece, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Art Unknown, Arco, Madrid, Spain
2002
Adoração, Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio ECCO, Brasília, DF, Brasil
Nelson, antes de Nelson Leirner, Centro Universitário Maria Antonia, São Paulo, SP, Brasil
Arte e não Arte, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
arte e não Arte, Galeria Ângela Martins, Belo Horizonte, MG, Brasil
Adoração, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, PE, Brasil
2001
Projeto Parede, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
2000
Fase Rio de Janeiro, Galeria Paulo Darzé, Salvador, BA, Brasil
1999
Clonagem , Galeria Ana Maria Niemeyer, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Bolsa de Arte Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil
1998
Nelson Leirner, Uma Instalação, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
1997
Nelson Leirner, Uma Viagem, Centro Cultural Light, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
1994
Retrospectiva, Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil
Homenagem a Fontana, Galeria São Paulo, SP, Brasil
1993
Jardim das Delícias, Capela do Morumbi, São Paulo, SP, Brasil
1991
Grey Art Gallery and Study Center, University of New York, USA
1990
Santa Ceia, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1989
Projeto Aula, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1987
Exposição Para Ser… Lida, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1985
O Grande Combate, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1984
Exponha-se à Arte, Galeria São Paulo, SP, Brasil
Grande Desfile, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
1983
Xeque Mate e Puzz, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1978
Uma Linha Não Dura, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
Uma Linha Dura … Não Dura, Galeria Luisa Strina, São Paulo, SP, Brasil
1975
Esporte é Cultura, Galeria Arte Global, São Paulo, SP, Brasil
1974
Rebelião dos Animais, The University of Texas, Austin, USA
Brazilian American Institute, Washington DC, USA
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo, SP, Brasil
1970
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, SP, Brasil
1968
Love Life of a Gorilla, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Aprenda Colorindo a Gozar a Cor, Out-Doors, São Paulo, SP, Brasil
1967
Exposição não Exposição – Happening, Grupo Rex, São Paulo, SP, Brasil
Homenagem a Fontana, Galeria Seta, São Paulo, SP, Brasil
1965
Galeria Atrium, São Paulo, SP, Brasil
1961
Galeria São Luiz, São Paulo, SP, Brasil
Coletivas selecionadas
2007
Poder e Afetividade, Silvia Cintra Galeria de Arte, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
The Disappeared (Los Desaparecidos), El Museo del Barrio, NY, USA
2006
Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture, Bronx Museum of Art, USA
The Sites of Latin American Abstraction, Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, USA
The Beautiful Game: Contemporary Art and Fútbol, The Brooklyn Institute of Contemporary Art, Brooklyn Academy of Music, Jamaica Arts Center, Roebling Hall Galleries, Rotunda Gallery and Brookling Information and Culture Inc., New York, USA
Espasso, New York, USA
Copa da Cultura, Haus der Kulturen der Welt, Berlim, Germany
Espaço Aberto/Espaço fechado: sites for sculpture in modern Brazil, The Henry Moore Foundation, Leeds, England
Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture, Barbican, London, England
2005
Homo Ludens: do faz de conta à vertigem, Itaú Cultural, São Paulo, SP, Brasil
Tropicália: A Revolution in Brazilian Culture, Museum of Contemporary Art, Chicago, USA
Lágrimas, Mosteiro de Alcobaça, Portugal
The Disappeared, North Dakota Museum of Art, Grand Forks, USA
O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural, São Paulo, SP, Brasil
2004
Versão Brasileira, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Casa – Uma Poética do Espaço na Arte Brasileira, Museu do Vale do Rio Doce, Vitória, ES, Brasil
Espaço Lúdico – um olhar sobre a infância na arte brasileira, Galeria do BNDES, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Sonhando com os Olhos Abertos, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, Brasil
Art of the Americas: Latin America and the United States, 1800 to Now!, Santa Barbara Museum of Art, Santa Barbara, USA
Arteconhecimento, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Pintura Reencarnada, Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil
Os Amigos da Gravura, Museu da Chácara do Céu, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Fight the Power, Galerie Gabrielle Maubrie, Paris, France
Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, Novo Museu, Curitiba, PR, Brasil
Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
2003
Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, Brasil
Frágiles, Galeria Espacio Líquido, Gijon, Spain
Ordenação e Vertigem, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo ,SP , Brasil
Art Unlimited, Basel, Switzerland Arte e Sociedade, Uma Relação Polêmica, Itaú Cultural, São Paulo, SP, Brasil
Aproximações do Espírito Pop (1963-68), Waldemar Cordeiro, Antonio Dias, Wesley Duke Lee e Nelson Leirner, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
Layers of Brazilian Art, Faulconer Gallery, Grinnel, USA
Arteconhecimento 70 Anos USP – Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP, Brasil
2002
Bienal de Liverpool, England
XXV Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil
2001
The Overexcited Body – Sport and Art in the Contemporary Society, Sesc Pompéia, São Paulo, SP, Brasil
Lucio Fontana, A Ótica do Invisível, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Recortes, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Trajetória da Luz na Arte Brasileira, Instituto Itaú Cultural, São Paulo, SP, Brasil
I Bienal de Artes do Cariri, Juazeiro do Norte, CE, Brasil
2000
Obra Nova, Museu de Arte de Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Arte e Erotismo, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP, Brasil
Os Anjos Estão de Volta, Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
A Arte do Papel, Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, SP, Brasil
Situações: Arte Brasileira – Anos 70, Fundação Casa França Brasil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Prêmio Multicultural Estadão, Sesc Pompéia, São Paulo, SP, Brasil
Brasilidade, Espaço Cultural Light, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Um Oceano Inteiro Para Nadar, Culturgest, Lisboa, Portugal
Mostra do Redescobrimento Brasil 500 anos, São Paulo, SP, Brasil
Cá Entre Nós, Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil
Bardi e Seus Artistas, Memorial da América Latina, São Paulo, SP, Brasil
III, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
The Fifth Element, Money and Art, Kunsthalle Dusseldorf, Germany
1999
Parallèle Brito Cimino/FIAC, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Hierarquia, Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Por que Duchamp?, Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil
48ª Bienal de Veneza, Italy
Panorama de Arte, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
The Fifth Element, Money and Art, Kunsthalle Dusseldorf, Germany
Enigmas, Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
1998
II Prêmio Johnnie Walker de Artes Plásticas, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Doações Recentes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
Iconoclastias Culturais, Casa das Rosas, São Paulo, SP, Brasil
Re-figuração, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP, Brasil
Trabalhos Feitos em Cadeira de Balanço Assistindo a Televisão, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Espelhos da Bienal, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, RJ, Brasil
Fronteiras, Instituto Cultural Itaú, São Paulo, SP, Brasil
Seleção Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
1997
Galeria Brito Cimino, São Paulo, SP, Brasil
Ao Cubo, Paço das Artes, São Paulo, SP, Brasil
1995
Infância Perversa, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
1994
Bienal Brasil Século XX, São Paulo, SP, Brasil
1988
Modernidade, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
1987
Modernidade, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, France
1986
Uma Virada no Século: XX / XXI, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP, Brasil
1978
Panorama da Arte Atual Brasileira: Escultura, Objeto, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
1977
O Artista e a Empresa, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, SP, Brasil
1973
Image du Brésil, Manhatan Center, Bruxelas, Belgium
1972
Panorama da Arte Atual Brasileira: Escultura, Objeto, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, Brasil
1968
Bandeiras na Praça – Happening, São Paulo, SP, Brasil
1967
Nova Objetividade Brasileira, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ, Brasil
IXX Bienal de Tokyo, Japan
IXX Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil
IV Salão de Arte Moderna de Brasília, DF, Brasil
1966
Rex Gallery & Sons, São Paulo, SP, Brasil
1965
Museo de Arte Moderno de Buenos Aires, Argentina
Propostas 65, Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, SP, Brasil
1964
Galeria Solarium, São Paulo, SP, Brasil
Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
1963
VII Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil
1962
XI Salão Nacional de Arte Moderna , São Paulo, SP, Brasil
1961
III Bienal de Artes Plásticas do Teatro, São Paulo, SP, Brasil
VI Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil
1960
Galeria de Arte das Folhas, São Paulo, SP, Brasil
1958-63
VIII, IX, X e XII Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, SP, Brasil
Prêmios Selecionados
1966
Prêmio Bienal de Tokyo, Japan
1967
Prêmio Itamaraty, Bienal de São Paulo, SP, Brasil
1975
Prêmio APCA melhor desenhista, São Paulo, SP, Brasil
1994
Prêmio APCA melhor exposição retrospectiva do ano, São Paulo, SP, Brasil
1998
Prêmio Johnnie Walker de Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Coleções
Banco Itaú S.A., São Paulo, SP, Brasil
Caixa Geral de Depósitos, Lisbon, Portugal
Cisneros Fontanals Art Foundation, Miami, USA
Coleção Gilberto Chateaubriand, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Coleção João Satamini, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Colección Patrícia Phelps de Cisneros, Caracas, Venezuela
Daros Latin América Collection, Zurich, Switzerland
Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Minas Gerais, Brasil
La Maison Rouge, Paris, France
Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina
Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, PE, Brasil
Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, PR, Brasil
Museum of Latin American Art, Long Beach, USA
Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Santa Barbara Museum of Art, Santa Barbara, USA
Vestidas de Branco
A emblemática obra de Nelson Leirner celebra o casamento no Museu Vale
Um grande tapete vermelho dá o tom da celebração de “Vestidas de Branco”, a nova exposição do Museu Vale, em Vila Velha – ES, que terá o casamento como tema, a partir de 9 de agosto. A criação é de Nelson Leirner, artista considerado um dos mais expressivos representantes do espírito vanguardista dos anos 60, no Brasil e no mundo, e cujas realizações têm como foco a popularização da arte, a participação e identificação do público. Suas obras, emblemáticas e instigantes, criam um elo imediato de identificação com as pessoas, através dos elementos que ele utiliza, sempre familiares ao cotidiano do povo.
Em “Vestidas de Branco”, Nelson Leirner propõe uma viagem pelo mundo do casamento, da cerimônia à maternidade; da festa à lua de mel, do erotismo dos casais ao inevitável mundo do consumo. Com humor e irreverência, características inerentes ao artista. A idéia de fazer uma exposição sobre o tema surgiu quando Leirner visitou o Museu Vale e ficou impressionado com a quantidade de noivos e noivas que vão ao local diariamente para fazer as fotos do álbum de casamento. Com as roupas da cerimônia, muitas vezes acompanhados dos pais e damas de honra, eles escolhem os mais bonitos ângulos dos jardins do Museu, além da “locação” preferida, a locomotiva de1945 fabricada na Filadélfia, situada na entrada do prédio, onde os casais simulam uma viagem e são fotografados nas janelas do vagão.
Leirner diz que o ponto de partida de seu trabalho é a obervação. “Observo para realizar. E a imagem dos noivos fotografados nas mais diversas poses no espaço de fora do Museu não saiu mais da minha cabeça. Então, decidi: é isso! Está dado o tema da exposição”, conta o artista, que pretende atrair os noivos para dentro do salão de exposições, motivando-os com as instalações que criará para o espaço. “Vestidas de Branco” tem curadoria de Moacir dos Anjos, Produção da Imago Escritório de Arte e patrocínio da Cia. Vale.
A mostra
Na primeira sala, a cerimônia do casamento.
Um enorme tapete vermelho na área central do espaço levará aos noivos, que estarão vestidos a rigor e com caras de macaco!, marca registrada nos trabalhos de Leirner desde os anos 70. Margeando o tapete, os convidados: imagens de santos, soldados, divindades afro-brasileiras, bonecos infantis e réplicas de animais, criações do artista já reverenciadas nas obras A Grande Parada (1998), O Grande Desfile (1984), O Grande Combate (1985) e O Grande Enterro (1986). Sobre a utilização de macacos em suas obras, Leirner declara: “O macaco é único. É o animal que mais se assemelha ao homem e com o qual o homem tem grande identificação”, diz o artista ao lembrar de sua recente participação na Arco, em Madri, quando os macacos utilizados em sua obra fizeram enorme sucesso.
No grande salão, a festa, a lua de mel, a maternidade …
Várias instalações compõem a maior área da exposição. O Bolo, de seis andares, com Padre Cícero ao alto, é uma delas; a música estará representada em várias fotos de instrumentos, e uma banca de jornal terá 20.000 exemplares do Jornal do Não Artista (nº 2), com um artigo do curador sobre o tema da mostra, que será o folder da exposição. Na banca também será exibido um vídeo sobre o casamento, além de revistas de noivas.
Na Lua de Mel, dois cenários: praia e campo. No primeiro, cadeiras de praia, cangas e pares de sandálias coloridas, tendo no “mar”, o Barco (2006). No Campo, um bosque de grama artificial e a Pollockow (2004), a vaca famosa de Leirner. O erotismo dos casais será lembrado através de imagens de noivas cercadas de objetos com apelo fálico.
A penúltima instalação faz refência à maternidade: doze berços, com macaquinhos de pelúcia, representarão a concepção. Por fim, o consumismo, com Bagalot (2007), uma estrutura cúbica de 2,75m x 2,75 m, onde estarão penduradas 500 bolsas coloridas.
Vestidas de branco, por Nelson Leirner
“Comecei a exposição do lado de fora, a partir dos noivos que se fotografam todos os dias no Museu Vale, e quero que eles sintam-se atraídos a entrar. A idéia é representar o casamento, fazendo uma passagem do presente para o futuro, e deste para o passado. Será uma exposição espelhada, sem espelho. Com a possibilidade de percorrê-la na ida, dentro estilo cronológico do casamento, da cerimônia à maternidade e ao consumo; e na volta, depois de experimentar as várias etapas e poder viver novamente o passado, o momento onde tudo começou”.
A “outra exposição”
Nelson Leirner concentrará “Vestidas de Branco” no grande galpão de exposições. Na sala de mostras temporárias, no segundo andar do edifício sede do Museu, as obras do artista irão dialogar com a exposição permanente do Museu Ferroviário. Neste espaço estarão um trenzinho feito com latas de Coca-Cola, (5,40m x 1,20m), soldadinhos e 60 aviõezinhos de lata.
O artista
Nelson Leirner possui uma obra marcadamente política, na qual os traços de humor e crítica caminham juntos. Sua produção abrange diversas linguagens e suportes, entre eles objeto, happening, instalação, outdoor, desenho, gravura, design e cinema experimental. Em todos os meios, afirma sua posição irônica ao sistema da arte abrindo brechas ao entendimento do público não-iniciado, através da utilização de materiais familiares ao povo, como imagens de santos e entidades do candomblé, soldadinhos, pequenos brinquedos, animais e adesivos autocolantes.
“O público em geral, independentemente do grau de instrução, se identifica muito com o meu trabalho, mesmo que não consiga conceituá-lo”, diz Leirner, ao afirmar que as pessoas gostam de reconhecer na arte objetos familiares. Ele cita como exemplo o trenzinho de latas de Coca-Cola, que encanta as crianças. “Para mim, lógico, a Coca-Cola significa uma interferência muito irracional dentro do nosso país, mas para a garotada é só prazer. Então, eu tenho a experiência de mães que levam os filhos quatro, cinco vezes para ver as minhas exposições, o que me agrada muito. Eles não conhecem arte hoje, mas poderão identificá-la no futuro”.
Nelson Leirner, 77 anos, pertence a uma família de artistas e críticos que inclui, entre outros, a mãe Felícia, escultora já falecida, o pai Isai, ex-diretor do MAM/SP, e a prima Jac, também artista visual. Iniciou sua carreira na década de 1950, participou de mais de uma centena de coletivas, além de realizar individuais no Brasil e em várias partes do mundo, e de atuar como professor em cursos de arte por mais de duas décadas. Leirner se recusou a participar das Bienais de 1969 e 1971 durante o período da ditadura, e em 1974 criticou o regime militar através da série A rebelião dos Animais.
Museu Vale
O Museu Vale tem como objetivo proporcionar à população um espaço de excelência em arte contemporânea, incentivar os jovens a usar a criatividade na busca do conhecimento e preservar a memória da centenária Estrada de Ferro Vitória a Minas – EFMV. Inaugurado em 15 de outubro de 1998, já recebeu mais de 600 mil visitantes e sediou 28 importantes exposições, entre as quais, “Babel”, de Cildo Meireles, realizada pelo Museu Vale na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo, premiada com o Troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte, como a melhor exposição de 2006.
Uma das iniciativas mais notáveis do Museu Vale é seu Programa de Arte-Educação, que, entre outras ações, capacita jovens aprendizes em ofícios relativos à montagem e desmontagem das exposições. Em cada mostra, um grupo de jovens de comunidades vizinhas ao Museu participa da montagem e desmontagem, em conjunto com as equipes de profissionais especializados em áreas como iluminação, marcenaria, serralheria, pintura, comunicação visual e cenografia. Entre os principais objetivos do programa estão: oferecer conhecimentos teóricos e práticos sobre montagem e desmontagem de exposições de arte; formar novos profissionais, capacitando-os para este mercado de trabalho específico; e despertar o interesse dos jovens para atividades ligadas a museus, galerias e centros de arte, de modo muito especial no que diz respeito à preservação, atuação, responsabilidade e desenvolvimento das instituições museológicas.
Através de suas ações educativas de caráter interdisciplinar, busca uma interação que propicia novas percepções e posições diante das obras e do mundo. Para cada uma das exposições temporárias do Museu Vale há uma abordagem educativa específica, a partir das obras e conceitos em questão, envolvendo pesquisa, leitura, elaboração de materiais de estudo e treinamento de equipes. Esse trabalho, mediador entre as obras expostas e o espectador, facilita o diálogo, a compreensão e a formação do público. O Museu Vale promove ainda workshops sobre as exposições de arte contemporânea para universitários, que posteriormente ministram oficinas para professores e estudantes da rede de ensino da Grande Vitória.
Vestidas de Branco
Museu Vale
Antiga Estação Pedro Nolasco s/n – Argolas
Vila Velha – ES – Brasil
Tel: 55 27 3333-2484
De terça a domingo, das 10h às 18h
Sexta, das 12h às 20h
Período: de 10 e agosto a 28 de setembro
Abertura: dia 9 de agosto, para convidados.
Assessoria de Imprensa: Meio e Imagem
Tels: (21) 2533.4748 – 2533.6497
E-mail: meioeimagem@terra.com.br
Contatos: Ana Ligia Petrone e Flavia Motta
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