VI Edição Seminários Internacionais Museu Vale – “Homo Faber: o animal que tem mãos”
Como já é tradição, em 2011 o Museu Vale inaugura sua programação com a 6ª edição dos Seminários Internacionais, sob o tema “Homo Faber: o animal que tem mãos”, de 16 a 20 de março.
Após 7 horas da abertura das inscrições, que tiveram início às 8 horas do dia 14 de fevereiro, as vagas foram preenchidas. Por uma questão de limitação física do espaço, que não comporta um número maior de participantes, não foi possível atender a todas as solicitações de inscrições. Isso é um indicador do sucesso e da pertinência do projeto, desenvolvido há seis anos, e já inserido no calendário oficial dos eventos culturais realizados anualmente no país.
Surpreendido pela rapidez com que se esgotaram as inscrições para os Seminários, o Museu Vale agradece a receptividade de todos e reafirma o compromisso de manter o evento no cenário dos mais destacados fóruns de reflexão sobre o papel da arte no século XXI.
Conheça a programação deste ano e as edições anteriores: www.seminariosmv.org.br
“Homo Faber: o animal que tem mãos” é o tema dos Seminários Internacionais Museu Vale 2011. Pensadores e criadores discutem o fazer do homem e suas transformações
Deyan Sudjic – diretor do Design Museum de Londres
Thereza Miranda – artista plástica
Renaud Barbaras – filósofo e professor da Sorbonne
Gringo Cardia – cenógrafo e light designer
Ivaldo Bertazzo – coreógrafo e educador corporal
Eduardo Jardim – filósofo e professor de filosofia da PUC-RJ
Paulo Mendes da Rocha – arquiteto
Mana Bernardes – designer de jóias, artista visual e poeta
Adélia Borges – editora e redatora especialista em design
Jum Nakao – estilista e diretor de criação
Bruno Big – gravador e grafiteiro
Beatriz Lindenberg – fotógrafa e videomaker
Laura Novik – arquiteta e analista de tendências
Todos esses profissionais, que provocam transformações com as suas produções, irão debater o tema Homo Faber: o animal que tem mãos, escolhido para nortear a sexta edição dos Seminários Internacionais Vale, que acontece de 16 a 20 de março no Museu Vale, em Vila Velha, Espírito Santo. Organizado pelo filósofo Fernando Pessoa em conjunto com Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale, o evento é produzido por Suzy Muniz. As inscrições são gratuitas e deverão ser feitas exclusivamente pela internet (www.seminariosmv.org.br), a partir das 8h da manhã do dia 14 de fevereiro.
O conceito de Homo Faber foi pensado por Hannah Arendt e Max Scheler. Refere-se aos seres humanos como produtores do seu ambiente por meio de ferramentas. Cabem neste contexto os vários dilemas que envolvem a criação artística e técnica, o design e o consumo.
Ronaldo Barbosa afirma que este é um bom momento de se colocar em discussão o fazer. “A crise passou e a produção volta à pauta. Seja na mão de obra, no design, na moda, na criação da obra de arte, no produzir em série, no fazer transformações… Transformações e ações que, por sinal, vão se refletir na programação do Museu Vale ao longo deste ano, a começar com a mostra dos Irmãos Campana, que exibiremos a partir de abril, um mês depois da edição 2011 dos Seminários”, diz o diretor do Museu.
Fernando Pessoa revela que o tema já estava em gestação desde o início de 2010. “Eu e Ronaldo Barbosa achamos que é hora de discutir o fazer humano em seus diversos aspectos – e pensar em como se dá a transformação do mundo a partir das mãos do homem”, explica. Para ele, num mundo em que a produção acabou por se tornar, sobretudo, uma questão de consumo e de mercado, “o momento nos leva a refletir sobre o que move a produção tecnológica, a fim de encontrar uma relação mais saudável entre o homem e o mundo”.
Fernando enfatiza ainda que pensar a questão da produção humana, considerando a técnica, o design e a arte propriamente dita, é uma tarefa necessária e urgente para a nossa época. “No contexto do mundo em que vivemos, com variáveis como a produção, a energia, o consumo e tantas outras, é louvável que a Fundação Vale se proponha a estimular, no Seminário 2011, uma discussão como esta”.
O evento terá abertura do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, no dia 16, seguida do lançamento do tradicional livro do Seminário, intitulado Mão de obra, com os textos dos palestrantes deste ano. Entre os dias 17 e 20 de março, o público participa de quatro mesas e quatro conferências.
Nas mesas, o debate acontece em duplas: a gravadora e pintora Thereza Miranda conversa com Bruno Big, um de seus mais instigantes discípulos na arte. A fotógrafa e videomaker Beatriz Lindenberg divide a mesa com Gringo Cardia, cenógrafo, figurinista e light designer. Mana Bernardes, designer de jóias, artista visual e poeta, faz par com a jornalista e produtora de design Adélia Borges. A última mesa reúne o estilista brasileiro Jum Nakao e a argentina Laura Novik, arquiteta, analista de tendências e produtora de arte.
Os conferencistas também prometem “aquecer” as discussões: o bailarino, coreógrafo e fisioterapeuta Ivaldo Bertazzo, responsável por espetáculos lendários como Mãe Gentil e Folias Guanabaras (com bailarinos do Complexo da Maré – Rio de Janeiro) e Milágrimas (com o projeto Dança Comunidade, do Sesc Pompeia/SP); o filósofo Eduardo Jardim de Moraes, professor da PUC-Rio; o filósofo francês Renaud Barbaras; e Deyan Sudjic, diretor do Design Museum, de Londres.
“Este mix de grandes pensadores e criadores é um orgulho para nós”, comemora Ronaldo Barbosa. “Representa diversas ordens e linhas e atuação, como o fazer com as mãos (Jum Nakao), o fazer do corpo (Ivaldo Bertazzo), o fazer da gravura (Thereza Miranda), o fazer da luz e do cenário (Gringo Cardia). Vamos tratar do design e do caráter repetitivo das coisas, criar contrapontos entre diferentes tendências e discutir, também, a linha muito tênue que há entre o design e a arte popular (design espontâneo). Acho que teremos muito espaço para reflexão e um resultado rico ao final, dentro do espírito do objetivo da Fundação Vale: fomentar o conhecimento, a educação, a cultura e o esporte, respeitando as individualidades e diversidades locais.”
Homo Faber, termo latino para “homem forjador” ou “homem fabricador”, (referência ao nome biológico do homem, “Homo sapiens”, que significa “homem sábio”), é um conceito pensado pelos filósofos Hannah Arendt e Max Scheler. Refere-se aos seres humanos como operadores do seu ambiente por meio de ferramentas. Henri Bergson também se referiu a ele em A Evolução Criativa (1907), definindo a inteligência, em seu sentido original, como “a faculdade de criar objetos artificiais, particularmente ferramentas para fabricar ferramentas/utensílios, e de variar sua forma de fabricá-las indefinidamente”.
Na literatura latina, Appius Claudius Caecus utiliza esse termo em sua Sententiae, para referir-se à habilidade do homem para controlar o seu destino e o que o rodeia: Homo faber suaequisque fortunae (“Todo homem é o artífice do seu destino”).
Em Antropologia, Homo faber (enquanto “homem trabalhador”), confronta-se com Homo ludens (“o homem que se diverte”, que se preocupa mais com a diversão, o humor e o lazer).
O termo também pode ser usado em justaposição ao “Deus faber” (Deus, o Criador, ou Deus, o que faz), um arquétipo dos vários deuses da forja (como Vulcano, na mitologia).
Promovidos desde 2006, os Seminários Internacionais Museu Vale inauguram as atividades anuais do Museu. O evento – inserido no calendário das principais atividades culturais do país – surgiu a partir de uma dupla demanda: a necessidade de promover a exposição de um pensamento crítico de arte, com palestras de artistas, filósofos, críticos, curadores – enfim, pensadores de qualidade, a fim de criar e fomentar um público de arte contemporânea, e também para atender à própria arte contemporânea – que, ao romper os limites entre arte e realidade, faz do pensamento uma obra de arte. A cada seminário, o Museu Vale publica um livro com os textos dos palestrantes, que é oferecido gratuitamente ao público no primeiro dia de atividades e distribuído, posteriormente, para bibliotecas, instituições de ensino, artistas e críticos do país.
O propósito dos Seminários Internacionais Museu Vale é semear, plantar e colher o que é próprio da arte contemporânea: a compreensão de que, em toda a realidade já constituída, há sempre a possibilidade original de transformação.
A primeira edição, realizada em março de 2006, com o tema Arte no pensamento, buscou compreender como a arte foi pensada na tradição filosófica do Ocidente. Em março de 2007, a segunda edição versou sobre Sentidos na/da arte contemporânea, que objetivou pensar as noções de espaço, tempo, corpo e política, tanto na quanto da arte contemporânea. Em março de 2008, a terceira edição abordou a questão “por que poetas em tempo indigente?”, formulada pelo poeta alemão Friedrich Hölderlin em seu poema Pão e vinho – com o propósito de, por um lado, diagnosticar a crise do mundo moderno e a decadência do homem atual; e, por outro, pensar a importância e o papel da arte hoje. Em 2009, em sua quarta edição, o tema do seminário foi Criação & Crítica, com o objetivo de promover, através do diálogo entre artistas e críticos, uma reflexão sobre a arte, tanto na perspectiva de quem a produz quanto na de quem a analisa. No ano passado, o tema da quinta edição dos Seminários foi Do fundo abismo nascem as altas montanhas – ou: de como superar uma crise, cuja proposta foi pensar a crise positivamente, no sentido de sua efetiva superação.
Seminários Internacionais Museu Vale – VI Edição
Período: de 16 a 20 de março de 2011
Local: Museu Vale – Antiga Estação Pedro Nolasco s/no – Argolas
Vila Velha – ES – Brasil
Telefone: 55 (27) 3333-2484
Inscrições gratuitas, a partir das 8h de 14 de fevereiro, exclusivamente através do site www.seminariosmv.org.br.
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