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Paulo Mendes da Rocha: a Natureza como Projeto
 26.Out.2012 a 17.Fev.2013

Paulo Mendes da Rocha ganha retrospectiva no Museu Vale

Mostra será a mais abrangente a abordar a trajetória do premiado arquiteto capixaba
Em 26 de outubro, o Museu Vale (Vila Velha,ES),abre suas portas para a exposição “Paulo Mendes da Rocha: a natureza como projeto”, a mais completa retrospectiva dos trabalhos do arquiteto, natural de Vitória.  Nesta mostra, os visitantes poderão conhecer um pouco melhor a obra daquele que é um dos dois únicos arquitetos brasileiros a ser agraciado com o cobiçado Prêmio Pritzker – que, na arquitetura, equivale a um Nobel. Até hoje, somente ele e Oscar Niemeyer mereceram a honraria. Duas pequenas observações do júri do prêmio, recebido em 2006, dão uma medida da importância de sua obra, em termos da arquitetura mundial: seu “profundo entendimento da poética do espaço” e “a prática de uma arquitetura de profundo engajamento social”.

Para Ronaldo Barbosa, diretor do Museu Vale, a retrospectiva de Paulo Mendes da Rocha buscará mostrar “sua visão particular de mundo e da arquitetura”.   A curadoria da exposição está sob a responsabilidade do crítico e arquiteto paulista Guilherme Wisnik, ex-aluno e ex-colaborador.  “Vitória é a cidade do Paulo, portanto a exposição transita um pouco por suas memórias desse território”,  pontua o curador Guilherme Wisnik.  “Filho de um engenheiro de portos e navegações, Paulo cresceu sob a influência da presença das águas e sempre admirando a imagem do porto na cidade. E o Museu Vale é o lugar perfeito para se falar dessa integração entre natureza e construção, por ser um enorme espaço cujas janelas se abrem para o porto”, entusiasma-se.

Guilherme Wisnik destaca o fato de que, justamente em Vitória, está em curso um grande projeto de Paulo Mendes da Rocha: o Cais das Artes, espaço cultural que abrigará um teatro e um museu, composto de dois edifícios interligados, localizado na Enseada do Suá. Outras obras recentes de destaque são a restauração do Museu dos Coches, em Lisboa, à beira do Rio Tejo, e um projeto da Vale no Pará, que fica à beira de um grande rio da região. “Essa será mais uma obra aberta à paisagem, totalmente dentro do espírito que Paulo sempre cultivou”, explica.   
Uma “viagem” dentro do Museu.

A exposição ocupará todo o galpão do Museu Vale e apresentará 20 dos trabalhos mais importantes da carreira de Paulo Mendes da Rocha, por meio de grandes maquetes e também de dois filmes feitos especialmente para a mostra pelo documentarista Gustavo Moura (autor também de “Cildo”, registro sobre a obra de Cildo Meireles).

Já na primeira sala do Museu Vale, será exibido o depoimento de Paulo Mendes da Rocha sobre a vocação territorial da arquitetura, incluindo-se aí os rios e os sistemas de transporte, focado justamente a relação entre o território e as águas, ilustrado com ricas imagens.  No pavilhão maior, o visitante percorrerá painéis flutuantes com desenhos de vários projetos do arquiteto, presos por cabos de aço às tesouras de madeira da estrutura do telhado. As maquetes de chão e as maquetes elevadas, de grandes dimensões, entremeiam os painéis.  O percurso é, ao mesmo tempo, registro e história. Cada obra tem muito do seu tempo – e o conjunto provocará uma viagem do espectador pela relação das obras de Paulo Mendes da Rocha com a época em que foram concebidas e realizadas. A última etapa da “viagem” é o segundo filme, exibido na parede que encerra o pavilhão de exposições do museu: uma câmera percorre algumas dos trabalhos notáveis do arquiteto, conectando tempo, percurso e obra.

Trabalhos expostos

Cidade do Tietê, 1981  –  Baía de Montevidéu, 1998  –  Cais das Artes (Vitória-ES), 2006 – Museu dos Coches (Lisboa), 2007  –  Aquário de Santos, 1991  –  Biblioteca de Alexandria, 1988 – Pavilhão do Mar (Caraguatatuba), 1999  – Ginásio do Clube Atlético Paulistano, 1958 – Pavilhão do Brasil em Osaka, 1969  –  Museu Brasileiro da Escultura, 1986 – Pinacoteca do Estado, 1993  –  Casa do Butantã, 1964  –  Cadeira Paulistano, 1957 – Praça do Patriarca, 1992  –  Capela de São Pedro, 1988  –  Loja Forma, 1987

Destaques da mostra

– Casa de arquiteto, projeto em concreto – Paulo Mendes da Rocha projetou sua própria casa em 1964, considerada um marco de seu trabalho.  O projeto acabou sendo um ensaio das possibilidades de pré-fabricar e industrializar a construção, organizando melhor o trabalho. Todo o projeto é orientado pela ideia de racionalização e síntese, desde o arranjo da planta aos detalhes complementares.  A casa se desenvolve em um único piso, sobre quatro pilares. No chão resta um abrigo de acolhimento e de serviços gerais, aberto para os jardins e para as ruas adjacentes.

– Ginásio do Clube Atlético Paulistano (1958) – O edifício é proposto com grande simplicidade estrutural e generosidade de espaços. O ginásio é situado no centro de uma extensa plataforma retangular e coberto por um anel de concreto armado que repousa sobre seis pilares, que progridem de forma a permitir a ancoragem dos cabos de suspensão da cobertura metálica.
Fica assegurada uma ampla perspectiva visual e a clareza da circulação por meio de rampas suaves, que cruzam o eixo do ginásio e favorecem o acesso ao patamar superior ligando a rua, a esplanada e os jardins internos do clube, espaços integrados que sugerem a possibilidade de espetáculos outros que não somente aqueles previstos nas práticas esportivas. Um recinto, a um só tempo, construção e paisagem.

– Restauração do prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1993) – O imenso desafio de adequar o edifício, construído no século 19 para abrigar o Liceu de Artes de Ofícios de São Paulo, às atuais necessidades técnicas de um grande museu foi vencido com um projeto inovador e eficiente.
A construção original foi essencialmente mantida como estrutura. Todas as intervenções propostas pelo projeto foram justapostas e tornadas evidentes, com um sentido de “colagem”. O aço foi o material construtivo adotado nas intervenções, com a intenção de deixar claro o contraponto entre o antigo e o novo, que se amparam de modo dinâmico.

Paulo Mendes da Rocha e sua obra

Paulo Archias Mendes da Rocha nasceu em 25 de outubro de 1928 em Vitória, no Espírito Santo. Mudou-se com a família para São Paulo nos anos 1930. Em 1954 concluiu seus estudos de Arquitetura e Urbanismo na prestigiosa Faculdade Mackenzie, em São Paulo. Depois de se formar, ganhou um concurso nacional para a construção da sede esportiva do Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, trabalho que lhe trouxe reconhecimento público. Em 1969 criou o pavilhão do Brasil para a Expo’70 em Osaka, no Japão; em 1975, foi finalista do concurso internacional para  a construção do edifício do Centro Georges Pompidou, em Paris; e em 2000 foi convidado para criar o projeto do complexo aquático para a candidatura de Paris à sede dos Jogos Olímpicos de 2008.

Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo desde a década de 1960, onde ingressou a convite de seu amigo e arquiteto Vilanova Artigas, foi forçado a renunciar ao seu cargo de professor em 1969, após ser cassado pela ditadura militar. Somente em 1980, após a anistia, teve permissão para retornar à Faculdade, onde ensinou com o mesmo entusiasmo de sempre até se aposentar, em 1999. Tem recebido inúmeros prêmios e reconhecimentos internacionais, entre os quais o de Membro Honorário da Associação de Arquitetos Profissionais de Lisboa; o Prêmio Mies van der Rohe 2000, pela restauração do edifício da Pinacoteca do Estado de São Paulo, o mais antigo e mais importante museu de belas-artes do estado. Em 2000 foi selecionado para representar o Brasil na Bienal de Veneza e, em 2006, foi agraciado com o Prêmio Pritzker de Arquitetura pelo conjunto da obra.
Dentre seus trabalhos mais recentes estão o desenvolvimento do Campus Lagoas-Marcosende da Universidade de Vigo, na Galícia, e os dormitórios estudantis da Universidade de Cagliari, na Itália, além do Novo Museu dos Coches, em Lisboa, e do projeto para o Cais das Artes, espaço cultural que reúne um teatro e um museu, atualmente em construção na cidade de Vitória, Espírito Santo.

O Museu Vale

O Museu Vale é uma iniciativa da Fundação Vale que faz parte de sua estratégia de valorizar e fortalecer as identidades culturais regionais, por meio da preservação da memória e do patrimônio histórico-cultural dos locais em que a Vale atua. Com esta proposta, a Fundação contribui para a educação patrimonial e o acesso de crianças e jovens a equipamentos e processos de fruição e de produção cultural e artística.

Principal ícone da arte contemporânea no Espírito Santo, o Museu Vale tem como objetivo promover exposições, workshops para universitários e artistas, e oficinas com crianças e adolescentes das redes pública e particular de ensino, bem como preservar a história do universo ferroviário. Seu espaço abriga o acervo de filmes, fotos e textos históricos do Centro de Memória da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ferrovia da Vale por onde passa o único trem de passageiros diário do Brasil que percorre longas distâncias.

Desde que foi inaugurado, em 15 de outubro de 1998, o Museu já recebeu mais de um milhão de visitantes e sediou 37 importantes exposições, dentre as quais “Babel”, de Cildo Meireles (2006, com itinerância na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo e detentora do Troféu APCA de melhor exposição do ano); “Salas e abismos”, de Waltercio Caldas (2009); “Amazônia, a arte” e “Atrás do porto tem uma cidade”, de Eder Santos (2010);  “Anticorpos”, dos Irmãos Campana (2011), além de “Fermata”, de OSGEMEOS (outubro/11 a fevereiro/2012); e “Água viva”, de Shirley Paes Leme (1º de junho a 12 de agosto/2012).

Por meio de seu Programa Educativo, que já beneficiou mais de 21 mil jovens da Grande Vitória, o Museu Vale realiza workshops criados por arte-educadores convidados e ministrados por estagiários de nível universitário. Também como parte da iniciativa, jovens aprendizes recebem capacitação em ofícios relativos à montagem e desmontagem das exposições.

Serviço

Paulo Mendes da Rocha: a natureza como projeto
Retrospectiva da obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha

Museu Vale

Antiga Estação Pedro Nolasco, s/nº – Argolas. Vila Velha/ES
Telefone: 55 (27) 3333-2484  
Período: de 26 de outubro 2012 a 17 de fevereiro 2013
Horários: De terça a sexta das 8h às 17h – Sábados e domingos das 10h às 18h
Segundas: Fechado para manutenção
Em janeiro: De terça a sábados de 10h às 18h

Assessoria de Imprensa Vale

Marta Moreira (ES) – marta.moreira@vale.com – (27) 3333-3717 / 9312-8848
Cláudia Siúves (RJ) – claudia.siuves@vale.com – (21) 3814-4823 / 8400-0872

Assessoria de Imprensa da Exposição

Meio e Imagem Comunicação
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