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Regina Chulam, Desenhos e Pinturas
 27.Out.2013 a 16.Fev.2014

Exposição integra as comemorações dos 15 anos do Museu

No dia 26 de outubro, o Museu Vale, em Vila Velha (ES), inaugura a exposição individual, “Regina Chulam – Desenhos e Pinturas”, produzida pela Artviva Produção Cultural. Sob a curadoria de Ronaldo Barbosa, a mostra apresenta 50 trabalhos inéditos e integra a programação que comemora os 15 anos do Museu Vale.

A artista plástica capixaba Regina Chulam esteve radicada por 30 anos em Lisboa e, de volta ao Brasil, vive e produz sua arte em Aracê, interior do estado do Espírito Santo. Na mostra, a artista apresenta pinturas com tinta acrílica sobre tela, desenhos feitos com tinta da China sobre papel e aquarelas.

Entre pinturas, aquarelas e desenhos, a mostra conta com a publicação de um catálogo, com texto crítico de Adolfo Montejo Navas, que ressalta: “Há na pintura que se quer pintura uma revolução do olhar, das categorias preestabelecidas e simbólicas das cores, pois, como no caso de Regina Chulam, elas devem produzir uma cosmovisão; produzem então um mundo, que está atrelado a sua figuração mas também não está. A produção de significados da cor não compartilha o a priori cromático que o mundo de fora aparentemente apresenta. Talvez por isso, e em devida sintonia com a procura e construção de outro mundo, uma semântica cromática própria, a artista aponta o norte de sua linguagem: “O que procuro é o caminho da luz, a velocidade dela, as ondas que tornam as coisas visíveis”, declara a artista.

Regina Chulam nasceu em Vitória (ES) e mudou-se para Portugal na década de 1970, onde estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Conta com uma longa trajetória artística e uma  carreira internacional.  A   obra  “Floriano Borchandt, 2008”, adquirida por Gilberto Chateaubriand, participou recentemente da mostra de novas aquisições do Museu de Arte Moderna (MAM), do Rio de Janeiro.

Hoje, aos 63 anos, cercada de ar puro e tranquilidade, a pintora vive em isolamento e em constante pesquisa de novas formas de expressão. A mostra inédita é fruto do seu trabalho criativo e determinado, que dá continuidade a um processo poético coerente, que preserva ao longo do tempo.

Além da mostra, o Museu também promove ações do Programa Educativo que serão realizadas no período da visitação da exposição, de 27 de outubro de 2013 a 16 de fevereiro de 2014 (confira abaixo serviço completo).

Principal ícone da arte contemporânea no Espírito Santo, o Museu Vale tem como objetivo preservar a história do universo ferroviário e promover exposições de arte contemporânea, realizando também oficinas de arte e workshops dirigidos aos alunos e professores da rede pública. Desde sua inauguração, em 15 de outubro de 1998, já recebeu quase 1,6 milhão de visitantes. O Museu é uma iniciativa da Fundação Vale, que por meio de parcerias com o poder público e a sociedade civil, busca contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde a Vale atua.

Curador

Regina Chulam vive e trabalha nas montanhas do Espírito Santo, em Aracê, município de Domingos Martins. Cercada por um exuberante universo montanhoso, sua casa ateliê é também o seu refúgio voluntário desde 2003.

Com formação em Lisboa, onde viveu e trabalhou por cerca de 30 anos, Regina Chulam apresenta nesta exposição desenhos, aquarelas e pinturas. Fiel ao seu mestre, o pintor e arquiteto português Frederico George, ela cumpre todo o ritual que a pintura precisa: estica e prepara suas telas e pincéis, aponta seus lápis e cria sua paleta de tintas.

Num cenário onde o silêncio é a linguagem comum, Regina inicia a sua rotina preparando-se para o seu encontro diário com a pintura. Quantos esboços, quantos desenhos e croquis, quantas perguntas e quanta inquietação, para transformar em poesia e beleza tudo aquilo que ela vive. Seu cotidiano mais simples se torna num antigo campo de batalha, para ao final do embate encontrar-se com ela mesma e a pintura, acompanhada pelo olhar doce do seu cão Bapoo.

A prática de modelo vivo com pessoas do lugar é uma recorrente nesta pintora cujo realismo livre traz uma maneira singular de representar o seu mundo. Seus retratos dos amigos sempre revelam a sombra e a luz, mas principalmente o carinho de quem é íntimo.

Desde as montanhas de Pedra Azul até os agaves do seu jardim, tudo em Regina é paixão. Tudo é grande e pequeno, colorido e preto e branco. Luminosamente intensa nas cores com profundos contrastes de sombras áridas, a paisagem de Regina pulsa de tensão aos nossos olhos e ao mesmo tempo nos acalma. Este paradoxo de sensações é a sua liberdade.

Seu desenho é decidido e preciso, nele apreende o corpo e o solta no papel como se estivesse em movimento. O desenho é a sua base e o seu primeiro movimento. Regina desenha como vive. O presente é o seu tema. Modelos, movimentos de palmeiras, cabras do campo, andantes, outros, aquarelas livres e suaves, e até um coração.

Regina pinta com o coração.

Ronaldo Barbosa
Curador
Diretor Museu Vale