A exposição “Água Viva” foi pensada a partir do contexto das cidades da Grande Vitória, sua tradição e seus recursos naturais. Como seu desdobramento, o workshop “O Contexto da Cidade” orientou educadores e público nos aspectos históricos, criativos e ecológicos relacionados ao contexto da exposição. Os aspectos históricos dizem respeito à memória das cidades da Grande Vitória e à tradição indígena de realizar utensílios de barro, que se transformou e desenvolveu em um projeto colaborativo com a Associação das Paneleiras de Goiabeiras.

Uma grande diversidade de técnicas de desenhos com materiais naturais foi apresentada e experimentada pelo público, explorando aspectos conceituais e criativos, além da associação à literatura e aos conceitos de heterotopias e geografia humana baseada na experiência do conceito de tempo, lugar e espaço. Segundo Foucault, heterotopias são espaços específicos que se situam “dentro” dos espaços sociais cotidianos, porém com funções diferentes e às vezes opostas. Tais espaços, que reúnem resquícios de vários outros espaços e tempos, formam um conjunto que foge do cotidiano e permite experiências paralelas diversas.  

O workshop propôs o favorecimento da compreensão do conceito da exposição “Água Viva”, bem como dos materiais nela utilizados. A ampliação da conscientização ecológica sobre a questão da água e do mangue, ecossistema de grande importância nos aspectos natural e sócio econômico da região, também foi intencionada. O aspecto ecológico refere-se à conscientização da água como fonte natural em processo de escassez, sendo ela a matéria primordial do conceito do trabalho.

Shirley Paes Leme
Artista (Cachoeira Dourada, MG)

O Workshop “O Contexto da Cidade: Água Viva”, baseado na exposição “Água Viva”, de Shirley Paes Leme, foi realizado no Museu Vale com 1.853 estudantes e 124 professores de 62 escolas públicas e particulares da Grande Vitória (Cariacica, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória), de 11 de junho a 10 de agosto de 2012 (31 dias úteis).